domingo, 6 de janeiro de 2013

Vazão do Velho Chico está reduzida e causa preocupação

E, mesmo com toda a sua importância, o ‘Velho Chico’ ou ‘Rio da Unidade Nacional’ encontra-se fragilizado.

Rio São Francisco Propriá
É preocupante a situação dos reservatórios de água do Nordeste brasileiro. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios da região terminaram 2012 abaixo do limite de segurança para o abastecimento do mercado, registrando o índice de 32,2% na capacidade de armazenamento das usinas da região, quando o limite estabelecido era de 34%.
Segundo Luiz Carlos Fontes, do Laboratório Rio e Mar - da Universidade Federal de Sergipe -ex-vice-presidente do Comitê da Bacia do São Francisco, quase a totalidade da energia elétrica que abastece a região Nordeste é proveniente do rio São Francisco. Nascido em Minas Gerais, ele ainda aguarda a época das cheias, comuns no período do verão - uma grande esperança de reabastecimento dos reservatórios que se encontram em níveis críticos. “O que me chamou a atenção foi que a vazão reduziu - o que quer dizer que, como no Nordeste, em Minas Gerais também não se tem chuvas expressivas nesse verão e, por isso, as barragens estão trabalhando em níveis preocupantes”, pontuou. 
E a queda na vazão do rio e na capacidade dos reservatórios pode ser comprovada em números. De acordo com comunicado de situação hidrológica da Bacia do São Francisco, divulgado pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), durante o último período chuvoso ocorreram vazões que permitiram o armazenamento máximo dos reservatórios de Três Marias, Itaparica e Sobradinho – principal reservatório da região. Em novembro de 2012, a sua capacidade estava em 88,7% do volume útil, enquanto que, em 3 de janeiro, foi registrada a capacidade de apenas 26,7%.
O ONS e a Chesf estão administrando as águas que se encontram nos reservatórios, principalmente em Sobradinho e, segundo Luis Carlos, há a possibilidade de as chuvas serem muito aquém do previsto [não seria a primeira vez que isso aconteceria]. “Os riscos existem, até porque estamos em um período de mudanças climáticas, mas a expectativa é que, até o final do período de chuvas em Minas Gerais, ainda venham vazões significativas para encher os reservatórios e garantir o abastecimento do ano todo”, afirmou Fontes.

Fragilidade
E, mesmo com toda a sua importância, o ‘Velho Chico’ ou ‘Rio da Unidade Nacional’ encontra-se fragilizado. Campanhas e ações de revitalização vêm sendo desenvolvidas ao longo dos anos e, justamente pela situação de vulnerabilidade do rio, uma grande polêmica se criou em torno da sua transposição. Fontes faz o alerta: “Estamos acostumados a ver o São Francisco como sinônimo de segurança, mas nunca podemos esquecer que ele é um rio. Assim como todos os outros, está sujeito à ação – e agressão – do homem. O desmatamento das matas ciliares, o assoreamento e o desperdício são implacáveis”, enfatizou. 
O Médio e o Baixo São Francisco são quase que totalmente tomados pelo setor elétrico, mas, para que o rio continue a ser generoso com as muitas comunidades que dele dependem, precisa ser cuidado, preservado e - no momento – sobretudo, revitalizado.

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