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Imagem: Site Coletiva |
A Malha Ferroviária do Nordeste encolheu depois da privatização. Ao ser vendida, a malha tinha mais de 4,2 mil quilômetros em operação. Hoje, a operação é feita em 3,7 mil quilômetros de linhas.
"Quando a ferrovia se dilui, o caminhão avança, onerando os custos", defendeu o engenheiro Milton Dantas Torres, que trabalhou na rede ferroviária por 37 anos, acrescentando que não é contra a privatização, mas é preciso refazer a malha da região.
"O tempo em que esta ferrovia foi implantado era outro, não adianta querer o mesmo traçado", complementou o engenheiro José Dias Fernandes, citando também que todos os países desenvolvidos do mundo usam vários tipos de transporte, como o rodoviário, ferroviário, marítimo e fluvial.
A antiga Malha Ferroviária do Nordeste era composta por uma linha centro, que ligava Recife a Salgueiro, hoje desativada. Tinha uma linha sul, que saia do Recife, passava por Alagoas e chegava a Propriá, em Sergipe, na beira do Rio São Francisco. Também existia uma linha que subia, indo para a Paraíba, passando por Campina Grande e indo até a divisa com o Ceará.
A linha sul está danificada desde 2000, quando quando as chuvas destruíram parte dos trilhos existentes entre os Estados de Pernambuco e Alagoas. A Companhia Ferroviária do Nordeste, que ganhou o leilão para explorar a antiga Malha Nordeste, tem uma rede que vai de Propriá, em Sergipe, a capital do Maranhão, São Luís.
O descaso com a ferrovia no Nordeste começou antes, na década de 50, segundo o engenheiro José Dias Fernandes. "Em 1950 e 1951, começou a interferência política e de lá pra cá a coisa desandou", comentou ele, se referindo ao fato de que nesta época o então governador Agamenon Magalhães indicou o secretário de obras para assumir o comando da Rede Ferroviária.
Fernandes citou como exemplo o fato de que a ferrovia chegou em 1950 a Porto Real do Colégio, a última cidade antes do Rio São Francisco, que era preciso atravessar para chegar em Propriá. A ponte férrea atravessando o rio foi concluída em 1972. "A restauração da malha ferroviária é indispensável tanto ao Porto de Suape como ao de Pecém em Fortaleza. Não é possível em nenhuma parte do mundo aceitar um sistema portuário sem ser alimentado por ferrovia", defendeu o engenheiro Milton Dantas.
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