segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A queima da palha da cana-de-açúcar


Primeiramente ressalto a grande dificuldade que é arrancar, manualmente, a palha da cana-de-açúcar. Tendo em vista essa grande dificuldade de se arrancar manualmente a palha da cana é que começaram a queimá-la.

A "nova" alternativa - queimar a palha - pareceu, num primeiro momento uma saída bastante inteligente para aqueles que calejavam as mãos ao arrancarem a palha, além das dores em todo o corpo pela força despendida nessa tarefa. Ocorre que a combustão proporcionada pela queima é extremamente maléfica à saúde dessas mesmas pessoas e de muitas outras mais.

Por isso, foram feitos estudos sobre os benefícios e os malefícios conseqüentes dessa queima.

Degradação ambiental

A primeira que podemos constatar é a degradação do solo ocasionada pela queima.

Ao queimar a palha, o solo com seus nutrientes, água, sais minerais e todas as suas riquezas se ressentem. O solo fica seco, improdutivo é, definitivamente, deteriorado pelo fogo.

Evidentemente há os que afirmam que o fogo atinge, tão somente a palha da cana sem causar qualquer estrago ao solo.

Ora, como é possível controlar o fogo que se alastra de forma muito rápida. Logo, não há como evitar que se queime só a palha da cana e nada mais seja afetado, como o solo.

O art. 27, caput, da Lei 4.771/65, proíbe a queima de florestas e demais formas de vegetação, âmbito no qual se incluem as plantações de cana-de-açúcar. O respectivo parágrafo único reforça essa interpretação pois ressalva o emprego do fogo em práticas agropastoris, somente, quando houver peculiaridades locais ou regionais e mediante autorização do Poder Público. Não havendo tais justificativas, fica proibido o emprego de fogo.

Outro ponto, talvez não tão grave, mas também negativo é a fuligem (substância negra, pulverulenta, produzida pelo fumo dos combustíveis e resultantes da decomposição destes; compõem-se de óleo empireumático, carbono, sais amoniacais e ácido acético que ficam no local e nas suas proximidades. Fazem, pelo menos, muita sujeira.

Combustão

Todos sabem que na combustão ocorre a liberação de monóxido de carbono que é um gás incolor, inodoro, altamente tóxico (CO). Forma-se na combustão incompleta de carbono ou de seus compostos; obtido, industrialmente, pela combustão de madeira, de hulha ou de coque.

O monóxido de carbono tem uma afinidade pela hemoglobina 200 a 300 vezes maior que o oxigênio. Ele pode matar com rapidez. As vítimas da intoxicação pelo monóxido de carbono apresentam mucosas equimóticas (com manchas hemorrágicas escuras) e de cor difusamente avermelhada. A intoxicação depende apenas do conteúdo de monóxido de carbono do ar inspirado, mas também do tempo de exposição ao gás. A suscetibilidade individual é variável, sendo maior nas crianças. É perigoso, sobretudo por ser insípido, incolor e em moderadas concentrações, inodoro.

Logo, cientes dos malefícios que o monóxido de carbono proporciona e, que na queima da palha da cana-de-açúcar, ocorre a combustão com a liberação deste monóxido, a única conclusão plausível a que se pode chegar é que o emprego de fogo não é uma prática saudável para eliminação da palha da cana-de-açúcar.
Autor: Redação RuralNews 

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