Pego de surpresa, Déda se viu em um novo momento como governador, agora sem maioria folgada na Assembleia. Desde então, tentou reconquistar deputados para a base. Até hoje não conseguiu, mesmo oferecendo participação no Governo. Atualmente, vota projetos, negociando maioria pontual. Foi esse, inclusive, o grande entrave para a aprovação do empréstimo de R$ 727 milhões, do Proinveste, que foi rejeitado no final do ano passado.
Com o início do ano legislativo de 2013, após um apelo público feito por Déda e com a abertura do diálogo com a oposição, o programa deverá ser aprovado pela Assembleia, que passa a ter uma Mesa Diretora, sem a participação de um governista sequer. A deputada estadual Angélica Guimarães (PSC) continua presidente, tendo como vice Zé Franco (PDT).
O deputado Adelson Barreto, ainda no PSB, mas sem seguir orientação do líder do partido, o senador Valadares, é o primeiro secretário. A deputada estadual Goretti Reis (DEM), licenciada do cargo, pois está secretária da Saúde de Aracaju, é a segunda secretária. Paulinho das Varzinhas (PT do B) é o terceiro secretário e Raimundo Vieira (PSL), quarto secretário.
Todos os seis parlamentares, que responderão agora pela gestão administrativa da Assembleia, são ligados aos Amorim. Antes, integravam a Mesa Diretora Conceição Vieira, do PT, e Garibalde Mendonça, do PMDB, ambos governistas. A partir desta sexta-feira (15), o diálogo terá que ser a arma mais poderosa e eficaz de Déda e de seus interlocutores para votar – e aprovar – projetos no Poder Legislativo.
Mas, ao que parece, depois de um 2012 de muitos embates, oposição e Governo estão conversando com mais maturidade. Na semana passada, em artigo publicado no Cinform, Angélica defendeu que esta atitude se mantenha. Ao tratar sobre o Proinveste, a presidente disse que a expectativa dela “passou a ser a melhor possível a partir do momento em que o governador ouviu as suas sugestões e reabriu o diálogo com os colegas deputados e as lideranças partidárias, principalmente, com o senador Eduardo Amorim e com o líder político Edivan Amorim”.
Ela afirma ainda no artigo que “não há espaço para se falar de humilhação por parte do chefe do Executivo quando reabre o diálogo com a maioria e com as principais lideranças de oposição” e completa que “houve, sim, uma mudança louvável de postura por parte do Governo, entendendo com clareza o cenário político atual, e o respeito ao direito democrático de opinar e ser ouvido sobre a configuração efetiva do projeto, sobre as obras estruturantes, que desde o início das discussões a oposição insistia que fizesse parte do corpo da propositura”.
Por “cenário político atual” entenda-se que os Amorim continuarão mandando no Legislativo, o que fazem desde o rompimento do ano passado. Para o Governo, o diálogo efetivo será essencial. Com maioria, os Amorim já mostraram que não estão para brincadeira e não cederão em momentos de acirramento político. Mas com o Proinveste aprovado, o Governo poderá respirar um pouco mais aliviado, pois a máquina pública não irá parar e os importantes investimentos que o Estado precisa serão feitos.
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