Por: 247
Política energética do governo torna o abastecimento com álcool cada vez menos interessante para os motoristas
247 - Qual a melhor relação custo benefício na hora de abastecer seu veículo? De acordo com o Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), apesar da alta no preço, a gasolina ainda é o combustível mais vantajoso para os brasileiros.
Isso porque o etanol (álcool) só é vantajoso se estiver com valor até 70% da gasolina por litro, o que não tem acontecido no Brasil.
E mais do que isso, segundo o Sindicom, o etanol está puxando para baixo o crescimento de combustível no Brasil, pois ele é o único a ter queda. Surpreendentemente, o querosene para aeronaves foi o combustível que registrou maior alta em 2012, em comparação com 2011.
Seu consumo é responsável por 6,3% no consumo geral de combustível em todo o país e seu crescimento chegou aos 36% neste ano.
No resumo geral do Sindicom, etanol hidratado, óleo combustível e gás natural veicular deverão ter quedas.
O etanol hidratado, que responde por 8,2% do mercado, deverá ter uma redução de 10,4%. A competitividade do etanol em relação à gasolina ocorreu em apenas quatro estados, entre janeiro e novembro deste ano.
Em São Paulo, o etanol teve preço competitivo em nove meses. Em Goiás, a situação se manteve por oito meses, e em Mato Grosso, por sete meses. No Paraná, o etanol custou abaixo de 70% do preço da gasolina apenas durante um mês.
No geral, a venda de combustíveis no Brasil deve fechar 2012 com aumento de 6,3%, em relação a 2011. Dados do Sindicom apontam a comercialização de 118 bilhões de litros neste ano.
"É um crescimento bastante expressivo, diria até surpreendente para uma economia que cresce em torno de 1,5%. Não me recordo no passado de um PIB tão pequeno associado a um consumo de combustíveis tão elevado", disse o presidente executivo do Sindicom, Alisio Vaz, em matéria da Agência Brasil.
A gasolina é o combustível com maior carga tributária (34,3%). O diesel tem uma carga de tributos média de 20,6%. Já o etanol tem carga de impostos menor em São Paulo (19,1%) do que no resto do país (27,8%).
Crescimento total do mercado de combustíveis - 6,3%
Crescimento no consumo da gasolina - 12,2%
Queda no consumo do etanol - 10,4%
Consumo de etanol poderia aliviar pressão pela distribuição da gasolina
Se o etanol tivesse maior produção e consumo, a ameaça de escassez da gasolina seria muito menor. Quem afirma é Alísio Vaz, Sindicom. Vários estados brasileiros enfrentam problemas no abastecimento de gasolina neste final de ano. "Certamente se o etanol voltar, isso pode gerar alívio no estresse vivenciado na distribuição de derivados de petróleo", afirma Alísio.
E o próprio governo federal admite os problemas com a gasolina. O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que o preço da gasolina para o consumidor final no Brasil é alto em qualquer comparação internacional.
"O preço do litro da gasolina, em qualquer comparação internacional, mostra nosso preço na parte mais elevada".
Contudo, apesar da tensão e da expectativa de alta no preço da gasolina, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nega que haja aumento do combustível em curso. "Não haverá aumento, que eu saiba. A Petrobras não me informou nada. Como sou presidente do Conselho de Administração, se ela não me informar, não tem aumento".
Enquanto o etanol não tem incentivo de produção e de consumo, a gasolina continua a ser a melhor opção para o consumidor final mesmo com as altas taxas tributárias e valor mais alto para o consumidor final.
Nenhum comentário:
Postar um comentário