terça-feira, 30 de outubro de 2012

Fundação de Saúde admite erro na troca de bebês


Procurador diz que um servidor trocou o bebê na maternidade
Procurador diz que erro foi de servidor de plantão da maternidade (Fotos: Portal Infonet)
Para a Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) o caso do sumiço do corpo de um bebê falecido na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes já foi resolvido. O bebê nasceu morto no dia 17 desse mês e o pai, Edvaldo da Graça, foi buscar o corpo da criança no dia 23, data em que alega ter sido vítima de informações desencontradas e do sumiço do corpo.

O fato foi cobrado e noticiado pelo Portal Infonetque durante o final de semana acompanhou mais uma vez o drama de Edvaldo. No último sábado, 27, o pai recebeu um telefonema da FHS, dando conta de que o corpo teria sido trocado na maternidade e sepultado por uma família em Amparo do São Francisco.

Na manhã desta segunda-feira, 29, a equipe do Portal Infonet foi recebida pelo procurador da FHS, Carlos Diego Freitas, que explicou detalhadamente o que ocorreu e garantiu que o erro da troca dos corpos ocorreu na maternidade, por um servidor de plantão. O funcionário com mais de 26 anos de serviço público responderá a um processo administrativo.
De acordo com o procurador, no dia 17 de outubro deram a luz na maternidade duas parturientes, a esposa do senhor Edvaldo chamada de Rejane e outra senhora, do município de Amparo do São Francisco. Segundo Carlos Diego, a mãe de Amparo deu a luz a um feto já nascido morto, e o outro nascido com vida e morto logo em sequência.
“No dia 19, a parturiente de Amparo do São Francisco com o seu marido foi retirar do necrotério do hospital os corpos dos gêmeos, um bem formado e o outro mal formado. Eles pediram ao necroterista para abrir os sacos e identificar o filho que estava bem formado, olhou o filho fechou o saco e se negou a abrir o outro saco que estava mal formado e não queria olhar. Assinou o livro de retirada e levou os dois filhos para Amparo do São Francisco. Onde foi feito o sepultamento no dia 19”.
Carlos Diego diz que não existe necessidade de DNA
Identificação
O procurador da Fundação nega a informação inicial de seu Edvaldo que afirmou que o corpo do bebê que estava no necrotério não tinha identificação. “No dia 23 ele se dirigiu a maternidade e tinha um corpo lá que ele disse que viu que não estava identificado, mas uma informação que após a apuração vimos que isso não procedeu que foi uma informação inverídica, todos os bebês estavam identificados. A identificação não é somente no feto, a identificação é no feto ou no saco. No caso desse bebê a identificação estava no saco”, diz.
O procurador também questiona o fato da maternidade ter tentado empurrar o corpo de uma menina, quando na verdade seu bebê era um menino. “Não tem como dizer se é do sexo masculino ou feminino, porque é um feto mal formado, não existe nem pulseira no bebê. É um feto mal formado, não tem braços e não tem onde colocar a pulseira, mas o saco estava identificado como sendo o filho da mãe de Amparo, só que até ai, dia 23, nós da Fundação não sabíamos”, reafirma.
Investigação
Ainda de acordo com as explicações do procurador no dia 24 foi feito um levantamento de todas as entradas de óbito do dia 17 até o dia 23. Após o levantamento ficou constatado que o único feto que ainda estava na maternidade estava identificado como sendo o da mãe de Amparo.
“Diante da informação que tínhamos que foi retirado dia 19 os dois fetos dessa mãe de Amparo, constatamos que o erro foi na saída do necrotério em uma retirada equivocada pela família de Amparo. Diante dessa irregularidade nós contatamos a família de Amparo do São Francisco, esclarecemos a irregularidade que foi verificada e tivemos alguns indícios de que essa irregularidade teria ocorrido pelo fato de que a família de fato não abriu o saco”, afirma.
Exumação
Questionado sobre o procedimento de exumação do corpo que ocorreu durante o final de semana, dia 27, e a autorização para a remoção desse corpo, o procurador da fundação explica que tudo foi feito de forma legal e autorizado pela família de Amparo do São Francisco.
“Levamos o feto [de Aracaju] para o reconhecimento da família de Amparo. Foi feita uma consulta e não houve necessidade de ordem judicial. Tendo em vista que a pessoa da família é quem autoriza. A família de seu Edvaldo não tinha que se envolver nessa questão porque a violação do tumulo era da família de Amparo. Em consulta a judiciário comarca de Propriá que é quem assume Amparo, e em conversa com o promotor de Justiça e um juiz da comarca chegou-se ao entendimento que não era necessária uma ordem judicial, tendo em vista de que a família de Amparo estava autorizando e que existiam indícios claros de troca de bebês”, fala o procurador que ressalta que a exumação foi feita envolvendo a Secretaria de Saúde, a Secretaria da Segurança Pública e o IML.
Corpos identificados
“Nessa exumação a gente percebeu que da forma que foi dita pelo pai [de Amparo].Percebemos os dois sacos estavam identificados em que o primeiro estava em nome da mãe de Amparo e o outro identificado com o nome Maria Rejane, que é a esposa do seu Edvaldo. Nós retiramos o de Maria Rejane e colocamos no local o feto da mãe de Amparo que estava na maternidade”.
Corpo no IML
O procurador afirma que o corpo foi encaminhado e permanece no Instituto Médico Legal (IML) onde aguarda o sepultamento. “Trouxemos o feto do seu Edvaldo, o corpo identificado, nós estamos aguardando a lavração do laudo pericial de exumação que o legista e o necroterista do IML fizeram. Não tem prazo, mas nós estamos aguardando o resultado para que possa abrir um inquérito junto ao profissional que errou”.
Processo administrativo
Carlos Diego aponta que o erro foi do necroterista de plantão da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes que liberou de forma errada o corpo. “Como ele é um profissional estatutário todo o procedimento será encaminhado para a Secretaria de Planejamento e Gestão e todos os envolvidos ouvidos e a penalidade será aplicada”, diz.
Reparação X DNA
O procurador diz que aguarda seu Edvaldo para que todo o custo de passagens e de funeral seja reparado pela Fundação. Sobre a insegurança do pai em acreditar que o corpo realmente é seu do filho, e a possibilidade de um exame de DNA, o procurador ressalta que o feto está identificado e que o laudo foi feito pelo IML.
“Esse laudo de exumação do IML deixa claro com registro fotográfico que o feto é de seu Edvaldo”, conclui o procurador deixando claro que as provas que foram colhidas não são contestáveis e que o feto realmente é de seu Edvaldo.
O IML confirma que o corpo permanece no instituto. A informação é que a exumação foi feita por um médico da SES e que o transporte foi realizado pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO).
Por Kátia Susanna

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