segunda-feira, 14 de maio de 2012

136 motociclistas mortos no trânsito em um ano


Dados são do Mapa da Violência e põem Aracaju na 4ª posição entre as capitais com maior taxa de óbitos no trânsito.

JornaldaCidade.Net

A grande quantidade de acidentes de trânsito pôs a capital sergipana numa posição desconfortável/ Foto: Jadilson Simões.
Aracaju é a quarta capital do Brasil com maior taxa de óbito por acidentes de trânsito. O levantamento Mapa da Violência 2012 mostrou que em 2010 a taxa de óbito por acidente na capital sergipana foi de 48,7 mortes por 100 mil habitantes, que a colocou na quarta posição do ranking das capitais. No ano de 2010 Aracaju estava na sétima colocação, com uma taxa de 34,5 óbitos por 100 mil habitantes.


O estudo mostrou que em dez anos houve um aumento de 41,3% das taxas de óbito por acidente na capital. Em números absolutos de mortes por acidentes de trânsito, esse crescimento foi ainda maior, de 74,8%. Em 2000 ocorreram 123 óbitos no trânsito de Aracaju. No ano de 2010 foram 278. A capital sergipana teve o terceiro maior percentual de crescimento entre as capitais da região Nordeste. 

Os acidentes envolvendo motociclistas que resultaram em morte contribuíram para que Aracaju tivesse esse resultado. A capital é listada na 29ª posição entre os 50 municípios brasileiros com mais de 30 mil habitantes que tiveram as maiores taxas de morte em acidentes de motocicleta. Em 2010 foram 136 mortos, uma taxa de 23,9 óbitos por 100 mil habitantes. O único município sergipano à frente da capital sergipana é Itaporanga d’Ajuda, que ficou na 27ª colocação, com taxa de 24,1.

Para a coordenadora de Educação para o Trânsito da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Aracaju (SMTT), Rita Luz, esse elevado número de mortes e acidentes de trânsito é um problema sério, grave e que merece ser discutido amplamente, com a participação de toda sociedade, além de uma mudança de comportamento de cada um, focada para o lado da cidadania e respeito ao próximo. Apesar de elevados, ela disse que, infelizmente, os números não são uma surpresa. Ela disse que diante do comportamento individualista de muitos condutores, associado à imprudência e falta de consciência de muitos pais, que dão veículos a filhos sem ser habilitados, acaba sendo difícil fazer essa fiscalização sem a possibilidade de poder utilizar os meios tecnológicos.

Segundo ela, hoje não se pode abrir mão da fiscalização eletrônica para estar tentando frear essa situação preocupante de violência no trânsito. “Temos a fiscalização das câmeras, mas não podemos autuar com elas. E o que vemos hoje são os motoristas cada vez mais com pressa, pensando em si, fazendo das ruas praticamente um espaço sem lei”, disse, acrescentando que bastam 15 minutos de observação para fazer flagrantes de desrespeito à sinalização.

Rita Luz também falou sobre a necessidade de regulamentação da utilização dos ciclomotores, veículos responsáveis pelo aumento considerável de acidentes envolvendo motocicletas. Para ela, é preciso haver um cadastro nacional e a exigência de habilitação para que seja utilizado por pessoas maiores de idade e não como acontece hoje, quando muitos menores fazem uso dele. A coordenadora falou também que a SMTT também tem feito um trabalho de educação para o trânsito em escolas e empresas, focando na questão da cidadania e do respeito, mostrando que a rua é um espaço público.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) dizem que os acidentes de trânsito representam a primeira causa de morte entre pessoas na faixa etária dos 15 aos 29 anos de idade, a segunda entre pessoas com cinco a 14 anos e a terceira na faixa dos 30 aos 44 anos. Se nada for feito para mudar essa situação de epidemia, a OMS estima que em 2020 teremos  1,9 milhão de mortes no trânsito e 2,4 milhões em 2030.

No Estado

Em Sergipe, a situação não é muito diferente. O crescimento do número de óbitos em uma década foi de 77,7%. Em 2010 foram registradas 631 mortes no trânsito, enquanto em 2000 tinham sido 355. O percentual de crescimento de Sergipe ficou acima do da região Nordeste (74,4%) e bem superior ao do Brasil (41,1%). A taxa de óbitos por acidente de trânsito em Sergipe, segundo o Mapa da Violência 2012, no ano 2010 foi de 30,5 por 100 mil habitantes, um aumento de 53,4% em relação a 2000, quando havia ficado em 19,9. São os acidentes na categoria motocicleta que tiveram a maior taxa de óbitos em 2010 (14,3 por 100 mil habitantes em Sergipe).

A maioria dessas mortes foi em decorrência de acidentes envolvendo motociclistas (296, o que corresponde a 46,9% do total). Os óbitos em acidentes com automóveis vieram em segundo lugar (21,2%) e os com pedestres em seguida (19,3%). Entre as 100 maiores taxas de mortalidade em acidentes de trânsito em municípios com mais de 15 mil habitantes, a cidade de Estância é a única sergipana que figura na relação. Ficou na 90ª posição, com uma taxa de 55,9 mortes por 100 mil habitantes.

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