segunda-feira, 1 de junho de 2009

Propriá: revitalização da feira não sai do papel

Os feirantes de Propriá continuam reclamando da falta de estrutura adequada do espaço onde funciona o chamado comércio. Em janeiro de 2007, um novo local foi construído para acomodar os trabalhadores, mas dois meses após, um incêndio destruiu a maior parte da estrutura.
Em abril de 2008, o governador Marcelo Déda, durante a realização do Programa Sergipe de Todos, anunciou a liberação de mais de R$ 400 mil para a realização da obra, no entanto, até agora, mais de um ano após a promessa, o serviço sequer foi iniciado. Por esse motivo, a população cobra do governo estadual o começo das obras.
De acordo com o presidente da Associação dos Feirantes de Propriá, Eronildes Pereira de Lima, as condições de trabalho são precárias. As barracas cobertas por lona não oferecem uma estrutura adequada, já que o ambiente fica bastante escuro e quando chove a situação fica ainda pior. Além disso, faltam banheiros e outros serviços de primeira necessidade.
“Hoje, os feirantes sofrem com os plásticos colocados, falta de iluminação, de segurança e limpeza. Portanto, o funcionamento das barracas localizadas no comércio é precário. Será que ainda vamos permanecer nesta situação por quanto tempo?”, questionou Eronildes Pereira.
O trabalhador informou também que somente no dia 30 de abril o governo abriu a licitação para a execução da obra. “Acho que o processo de construção de um novo espaço está muito lento. Somente depois de dois anos do fato do incêndio é que veio se realizar uma licitação. Enquanto isso, os feirantes sofrem com a falta de estrutura. É importante dizer também que várias audiências já foram realizadas para tentar resolver a situação, mas também, até agora, pouca coisa ficou resolvida”, destacou Eronildes.
“Participaram das audiências realizadas aqui no Fórum da cidade representantes da Companhia Estadual de Obras Públicas (Cehop), Prefeitura de Propriá e feirantes. É certo que o município não tem responsabilidade sobre a obra, já que foi o Estado que assumiu, mas a CEHOP, responsável pela elaboração do projeto, ainda não nos repassou as informações do que já foi feito. Pelo que já foi informado nas audiências, ficou definido que o projeto será o já existente, com a realização de mudanças simples. Portanto, é preciso fazer apenas a recuperação do que já foi perdido. Como disse, enquanto isso, os feirantes é quem sofrem. As vendas reduziram bastante e cobramos do poder público estadual providências”, acrescentou o presidente da associação.
Hospital
Outra ação também cobrada pela população não só de Propriá, mas também do Baixo São Francisco, é a conclusão da reforma do Hospital Regional São Vicente de Paula, no município, também anunciada pelo governador Marcelo Déda em abril do ano passado. A reforma e ampliação, orçadas em R$ 2,2 milhões, foram iniciadas naquele mês e teria um prazo de entrega de 180 dias, o que não aconteceu.
O novo prazo estabelecido é junho deste ano, porém a população não tem esperança, já que a obra se arrasta e muito serviço ainda precisa ser executado. Desde o ano passado a unidade de saúde funciona provisoriamente em um pequeno prédio que fica em anexo, o que é insuficiente para atender a demanda.
Uma paciente, que não quis ser identificada, contou que o atendimento recebido na unidade de saúde provisória é bom, mas as instalações não têm capacidade de receber a demanda que vem de vários municípios do Baixo São Francisco e de cidades alagoanas que ficam próximas.
“Às vezes, aqui fica tão cheio que os médicos não dão conta de atender todo mundo. Já aconteceu também de nos fins de semana não ter médico e os pacientes serem encaminhados a Aracaju.
O que queremos é que a obra de reforma do novo Hospital São Vicente de Paula seja concluída o mais rápido possível”, informou.
O diretor da unidade, Expedito Bispo dos Santos Filho, admite a lentidão da obra e o atendimento precário, porém discorda da falta de médicos. “Realmente a obra deveria ter sido entregue à população em dezembro de 2008, mas ainda faltam detalhes importantes que não foram colocados no projeto, a exemplo do descarte do esgoto, sistema de refrigeração, entre outros pequenos detalhes.
Além disso, existem poucos trabalhadores executando os serviços. Acho que deveria ter mais profissionais da construção civil”, observou Expedito. Quanto ao atendimento precário e a falta de médicos, o diretor do hospital esclareceu que as instalações são provisórias e apenas uma vez um médico faltou ao plantão no domingo, mas a escala de profissionais de saúde está completa.
“É certo que o espaço onde está funcionado o hospital é pequeno para atender a demanda, que é de quatro mil atendimentos por mês para vários municípios do Baixo São Francisco e alguns de Alagoas. Com a entrega da obra tudo será regularizado e vamos desafogar o Hospital de Urgência e Emergência em Aracaju.
Aliás, esse é o grande propósito da construção dos hospitais regionais”, acrescentou o diretor. Depois de entregue à população, o Hospital e Maternidade São Vicente de Paula contará com 64 leitos de internamento adulto e pediátrico, seis leitos de UTI infantil, quatro consultórios médicos, serviços de urgência e emergência, realização de exames, posto policial dentro da unidade e uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, assistente social e psicólogo, entre outros serviços que vão atender perfeitamente a demanda e as reivindicações da população. De acordo com o diretor do hospital, apesar de a reforma não ter sido concluída, todos os equipamentos necessários já foram adquiridos. “Assim que a obra for concluída, em um curto espaço de tempo, será entregue à população”, garantiu Expedito.
Explicações
O secretário de Estado da Infraestrutura, Valmor Barbosa, confirma o atraso da obra da feira de Propriá. De acordo com ele, houve um problema de ordem técnica na licitação anterior e uma nova concorrência será realizada nos próximos dias.
“O importante é que essa obra está na nossa relação e será realizada”, garante o secretário. Em relação ao hospital, Barbosa explicou que se trata de uma obra complexa, pois todo o serviço tem que ser realizado sem comprometer o atendimento no local. “Quando se trata de uma construção nova, como é a de Lagarto, Estância ou Canindé, por exemplo, existe toda uma área desimpedida. Mas quando você reforma ou amplia com expedientes, o cronograma da obra acaba ficando dilatado. É preciso que a sociedade compreenda isso”, diz.
Fonte: Jornal da Cidade

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