Ex-presidente discursa durante mais de uma hora e diz esperar voto de empresários, se um dia voltar a ser candidato; petista também ataca imprensa e afirma que mídia não destaca acusações contra banqueiros
Fernando Eichenberg (Email · Facebook · Twitter)Publicado: Atualizado:
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Na palestra, dedicou-se, porém, a
discorrer sobre a crise econômica mundial, no Fórum pelo Progresso Social, em
Paris. No final de sua apresentação de uma hora e 20 minutos, fez,
aparentemente, uma referência ao destaque que a imprensa vem dando ao recente
depoimento de Valério à
Procuradoria Geral da República:
- Quando
político é denunciado, a cara dele sai nos jornais. Sabe por que banqueiro não
aparece? Porque é ele quem paga a publicidade dos jornais - afirmou.
Apesar da
declaração de Lula - que em seus dois governos propiciou um lucro líquido
recorde do setor bancário, de R$ 199 bilhões, numa amostra de nove bancos de
2003 a 2010, em valores corrigidos para 2011 -, o país já presenciou a punição
de banqueiros em casos amplamente divulgados pela mídia.
Um deles
envolveu Ângelo Calmon de Sá, ex-dono do Econômico, em 1995, quando o Banco
Central decretou intervenção na instituição. Em 2007, a Justiça Federal
condenou o banqueiro a 13 anos e quatro meses de prisão por crime contra o
sistema financeiro. Em 2000, foi preso Salvatore Cacciola, ex-dono do Marka,
socorrido pelo Banco Central em 1999. Cacciola fugiu para Roma, mas acabou
preso novamente em 2007 e deportado. Em 2006, Edemar Cid Ferreira,
ex-controlador do Banco Santos, foi preso com o filho após serem condenados a
21 e a 16 anos de prisão, respectivamente, por gestão fraudulenta, lavagem de
dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha. E em 2008, Daniel Dantas,
dono do Opportunity, foi detido por supostos crimes financeiros e tentativa de
subornar um delegado federal da Operação Satiagraha.
Lula também fez
um resumo dos seus oito anos de governo. E se desculpou antecipadamente por
beber muita água durante a fala:
- Confesso que
tenho um problema de tomar muita água. Porque, depois do câncer, tenho um edema
na garganta que não está 100% curado. Tomo água exageradamente.
Lula contou um
pensamento que teve em 2002, ao subir pela primeira vez a rampa do Palácio do
Planalto como presidente:
- Perdi tanta
eleição, tanta eleição, que, num dia, o povo brasileiro, com dó de mim, me
elegeu. Os meus adversários, sobretudo no campo da sociologia, até votaram em
mim. Achavam que eu iria fracassar, e eles poderiam voltar ao poder. Mas a
História os enganou. E eu, muito mais.
Okamotto
questiona depoimento de Valério
Presente no
evento, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, questionou a validade
da divulgação do depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público.
- Pelo que eu
entendi, essas informações foram obtidas de forma ilegal. Perguntei de onde vieram,
e me responderam: “Um jornalista conseguiu lá no Ministério Público”. E como
conseguiu? “Ah, uma fonte”. É um material roubado. Se é que existe, foi obtido
ilegalmente, e aí não vou ler. Mas se foi dado pelo Ministério Público, vou
ler. Se tiver algo relacionado a mim, vou me manifestar no Brasil se for o caso
– disse.
Na agenda do
ex-presidente Lula ainda constava um jantar com o presidente da Assembleia
Nacional francesa, o socialista Claude Bartolone, na noite desta quarta-feira.
Na manhã desta quinta-feira Lula viajará para Barcelona, onde receberá o Prêmio
Internacional Catalunha 2012 pela política de crescimento econômico justo de
seu governo frente à globalização, dotado de € 80 mil. À noite, o ex-presidente
embarcará de volta para o Brasil.
Na palestra, dedicou-se, porém, a
discorrer sobre a crise econômica mundial, no Fórum pelo Progresso Social, em
Paris. No final de sua apresentação de uma hora e 20 minutos, fez,
aparentemente, uma referência ao destaque que a imprensa vem dando ao recente
depoimento de Valério à
Procuradoria Geral da República:
- Quando
político é denunciado, a cara dele sai nos jornais. Sabe por que banqueiro não
aparece? Porque é ele quem paga a publicidade dos jornais - afirmou.
Apesar da
declaração de Lula - que em seus dois governos propiciou um lucro líquido
recorde do setor bancário, de R$ 199 bilhões, numa amostra de nove bancos de
2003 a 2010, em valores corrigidos para 2011 -, o país já presenciou a punição
de banqueiros em casos amplamente divulgados pela mídia.
Um deles
envolveu Ângelo Calmon de Sá, ex-dono do Econômico, em 1995, quando o Banco
Central decretou intervenção na instituição. Em 2007, a Justiça Federal
condenou o banqueiro a 13 anos e quatro meses de prisão por crime contra o
sistema financeiro. Em 2000, foi preso Salvatore Cacciola, ex-dono do Marka,
socorrido pelo Banco Central em 1999. Cacciola fugiu para Roma, mas acabou
preso novamente em 2007 e deportado. Em 2006, Edemar Cid Ferreira,
ex-controlador do Banco Santos, foi preso com o filho após serem condenados a
21 e a 16 anos de prisão, respectivamente, por gestão fraudulenta, lavagem de
dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha. E em 2008, Daniel Dantas,
dono do Opportunity, foi detido por supostos crimes financeiros e tentativa de
subornar um delegado federal da Operação Satiagraha.
Lula também fez
um resumo dos seus oito anos de governo. E se desculpou antecipadamente por
beber muita água durante a fala:
- Confesso que
tenho um problema de tomar muita água. Porque, depois do câncer, tenho um edema
na garganta que não está 100% curado. Tomo água exageradamente.
Lula contou um
pensamento que teve em 2002, ao subir pela primeira vez a rampa do Palácio do
Planalto como presidente:
- Perdi tanta
eleição, tanta eleição, que, num dia, o povo brasileiro, com dó de mim, me
elegeu. Os meus adversários, sobretudo no campo da sociologia, até votaram em
mim. Achavam que eu iria fracassar, e eles poderiam voltar ao poder. Mas a
História os enganou. E eu, muito mais.
Okamotto
questiona depoimento de Valério
Presente no
evento, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, questionou a validade
da divulgação do depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público.
- Pelo que eu
entendi, essas informações foram obtidas de forma ilegal. Perguntei de onde vieram,
e me responderam: “Um jornalista conseguiu lá no Ministério Público”. E como
conseguiu? “Ah, uma fonte”. É um material roubado. Se é que existe, foi obtido
ilegalmente, e aí não vou ler. Mas se foi dado pelo Ministério Público, vou
ler. Se tiver algo relacionado a mim, vou me manifestar no Brasil se for o caso
– disse.
Na agenda do
ex-presidente Lula ainda constava um jantar com o presidente da Assembleia
Nacional francesa, o socialista Claude Bartolone, na noite desta quarta-feira.
Na manhã desta quinta-feira Lula viajará para Barcelona, onde receberá o Prêmio
Internacional Catalunha 2012 pela política de crescimento econômico justo de
seu governo frente à globalização, dotado de € 80 mil. À noite, o ex-presidente
embarcará de volta para o Brasil.
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