Segue a minha indignação versificada contra um crime que estão cometendo em desfavor do povo brasileiro:
TRANSPOSIÇÃO
Sérgio Lucas
Me desculpe quem me escuta, minha sapiência é
curta, ao contrário do verão.
Todo ano falta chuva. Terra verde fica ruiva. A
seca esturrica o chão.
Só meu peito sente frio. Dos óio cai uma lágrima,
pensando em transposição.
MORRER DE SEDE À BEIRA-RIO, MANDANDO ÁGUA PRA
CAMARÃO...
MORRER DE SEDE À BEIRA-RIO, MANDANDO ÁGUA PRA
CAMARÃO...
Sem querer fazer fuxico, falo pelo Velho Chico, o
rio da integração.
Ele olha suas margens, vê mudar a paisagem. Sofre o
gado; falta pão.
Canal lhe causa arrepio. Um vertedouro de mágoas,
sorvedouro de bilhão.
MORRER DE SEDE À BEIRA-RIO, MANDANDO ÁGUA PRA
CAMARÃO...
MORRER DE SEDE À BEIRA-RIO, MANDANDO ÁGUA PRA
CAMARÃO...
Sei que a notícia assusta. Político se estrebucha
se falo em corrupção
Mas então como se explica precisar de carro-pipa
pras cisternas do sertão?
O açude vazio. A fome que se propaga é de cortar
coração...
MORRER DE SEDE À BEIRA-RIO, MANDANDO ÁGUA PRA
CAMARÃO...
MORRER DE SEDE À BEIRA-RIO, MANDANDO ÁGUA PRA
CAMARÃO...
De fato foge à lógica continuar a aposta nessa obra
sem razão.
Falar em cuia é piada, como se não fosse nada
brincar com a nossa emoção.
Quem sabe o que é estio e o desespero que causa ver
definhar um irmão.
MORRER DE SEDE À BEIRA-RIO, MANDANDO ÁGUA PRA
CAMARÃO...
MORRER DE SEDE À BEIRA-RIO, MANDANDO ÁGUA PRA
CAMARÃO...
Foto: amase.com.br
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